Uma das coisas que eu fazia quando era criança era brincar na rua. Naquele tempo não tínhamos internet nem recursos tecnológicos que facilitam a vida da geração atual. Embora tivesse um Super Nintendo – em breve farei uma postagem sobre esse videogame – eu dava preferência a brincar na rua com meus amigos, pois graças aos tranquilos tempos daquela época, era possível brincarmos na rua até tarde da noite e a quantidade de brincadeiras era inesgotável. Uma delas é a Rouba-Bandeira, uma brincadeira sensacional e divertida.
Na rua em que eu morava, moravam muitas crianças e era uma festa para a gente quando chegava a sexta-feira, pois era o primeiro dos três dias de pura diversão. Claro, só podíamos sair para brincar depois que fizéssemos os nossos deveres de casa. Depois disso, todos nos encontrávamos na frente da minha casa para organizar os times para brincarmos de rouba-bandeira. Normalmente, entre quinze e vinte crianças participavam da brincadeira e nos dividíamos em quatro times com cinco pessoas cada para fazer campeonato.
Feito isso, fazíamos um sorteio para ver os times que se enfrentariam. Depois disso, tirávamos no par ou ímpar para escolher o lado do campo – eu sempre gostava de escolher o lado de baixo do campo. Feita a escolha, era a hora de nos divertirmos – e de fazermos estratégias para o jogo. Meu plano era o seguinte: eu e outro jogador sempre espalhávamos o time adversário para que o caminho ficasse livre para que um companheiro do time pudesse correr até o local da bandeira adversária para pegá-la enquanto os dois restantes ficavam para guardar a bandeira do nosso campo. Com essa estratégia, era difícil o nosso time perder. Porém, não importava quem ganhasse ou perdesse, pois o maior prêmio era estarmos nos divertindo juntos até ficarmos sem energia – íamos até umas nove ou dez da noite brincando, pois era sexta-feira e muitos pais dormiam cedo para irem à feira no dia seguinte. Porém no sábado era diversão outra vez e uma história que posso contar foi da vez em que estávamos brincando e quando um companheiro do meu time foi pegar a bandeira, um cachorro correu, pegou a bandeira e a levou para a casa do seu dono, mas esse meu amigo correu atrás do cachorro e o time inteiro correndo atrás dele para congelá-lo. E aí, quando menos imaginávamos, três pastores alemães estavam correndo atrás deles e, conseqüentemente, correram atrás da gente. Nós tivemos que percorrer o quarteirão inteiro e os cachorros só pararam quando o dono conseguiu alcançá-los. Nós estávamos exaustos e assustados à enésima, pois eram três pastores alemães enormes correndo atrás da gente e eles não davam trégua pra gente. Pra concluir, a gente terminou a brincadeira dando risada da situação.
Como a brincadeira funciona?
Delimita-se um campo – a gente usava gesso para dividir os lados e as bandeiras ficavam em círculos desenhados em cada extremidade do campo – e cada time tinha que pegar a bandeira no campo adversário sem ser tocado pelo adversário – lembrando que quando o jogador pega a bandeira, enquanto ele tiver no local em que a bandeira estava, ele está imune. Caso isso acontecesse, o jogador tocado ficava congelado até que um membro do seu time o salve tocando-o. O time que tivesse menos jogadores congelados ou pegasse a bandeira no campo adversário e a levasse para o seu campo, não importando o número de jogadores restantes, vence o jogo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário