Este talvez seja um daqueles animes que a princípio poderia ser apenas mais um no meio da multidão que todo fã de anime poderia assistir. Todavia, não é apenas mais um. É um anime que apesar de estar perto de completar quatorze anos, já foi adaptado para diversas plataformas midiáticas e sempre causou algum frisson. Senhoras e senhores, a análise - ou resenha, sei lá - será sobre o anime Death Note. Então vamos lá!
Death Note é um mangá escrito por Tsugumi Ohba e ilustrado por Takeshi Obata que foi publicado na revista Weekly Shonen Jump do dia 1 de Janeiro de 2003 até o dia 15 de Maio de 2006. Com o sucesso da publicação, o caminho natural seria a sua adaptação para o anime e isso aconteceu no mesmo ano com a exibição do primeiro episódio no Japão ocorreu no dia 03 de Outubro de 2006, enquanto o episódio final foi exibido no dia 26 de Junho de 2007. O anime é composto por 37 episódios.
Light Yagami (ou Yagami Raito, no Japão) é um estudante do ensino médio, sendo considerado o melhor estudante do País. Entediado por achar que o mundo é sempre a mesma coisa todos os dias, ele encontra um caderno preto e em sua capa estava escrito “Death Note”. No caderno, havia instruções sobre como usá-lo. Nas regras, estava escrito que o portador deste caderno pode escrever os nomes das pessoas e, desde que tenha o nome e o rosto em sua mente, a pessoa que tivesse o nome escrito no caderno, morreria em 40 segundos em decorrência de um ataque cardíaco. A princípio, Light não coloca muita fé e acha que era apenas uma brincadeira feita por alguém. Entretanto, Light fica incrédulo quando testa o caderno e descobre que o “Death Note” tem um grande poder. Alguns dias depois, Ryuk (ou Ryuuku), shinigami proprietário do caderno, faz uma visita ao Light Yagami. Ryuk explica que deixou o caderno cair na Terra por estar entediado. Ele ainda explica que o caderno pertence ao mundo dos humanos. Light então assume que o seu desejo é “purificar” o mundo do mal. Então, depois de um aumento súbito das inexplicáveis mortes de criminosos, o FBI entra no caso e ao mesmo tempo, um detetive particular que ficou muito famoso por resolver casos que pareciam sem solução, também entra no caso. Ele atende pela alcunha de “L”. L logo deduz que o assassino – que ele apelidou de Kira (vem do inglês “Killer” – pode matar as pessoas sem sequer encostar um dedo nelas. Desde então, começa um conflito psicológico que abrange as questões de justiça, ética e moral dos personagens principais para justificar as suas ações.
OPINIÃO RETRODORGY
Dizer que Death Note é um anime complexo seria uma afirmação válida pois consegue prender a atenção do telespectador e o faz se questionar sobre o que ele realmente pensa. O anime mostra o conflito de ideias entre Light e L, dois anti-heróis - logo, não há maniqueísmo aqui - que deixaram suas marcas na história dos animes. Eles são iguais e opostos ao mesmo tempo. Os métodos utilizados por ambos para que eles atinjam os seus propósitos, se analisados na vida real, têm seus defensores. Light acha que matar criminosos é certo porque no ponto de vista dele, os criminosos devem sofrer amargamente pelo que fizeram - “Os fins justificam os meios”. Já L é conservador e acha que as leis são mais do que suficientes para punir os criminosos e que Light Yagami seria apenas mais um assassino como outro qualquer que se traveste de um “deus” que determina o que é bom ou mau de acordo com o seu conceito. No contexto do anime, o Establishment é posto em questão, pois em um momento do anime, Kira consegue ter o apoio da sociedade e com isso, cria-se uma figura de uma espécie de “Messias” em torno de Light Yagami. Entretanto, o anime deixa várias perguntas que os telespectadores devem parar para refletir. Será que Light Yagami estaria certo em tirar a vida de bandidos, mesmo indo contra a lei? Light Yagami estaria sendo ético, apesar de estar sendo imoral? Ou mesmo estando sendo antiético e imoral, ele estaria correto em suas ações? A própria história dirá quem está certo ou errado, mas é notável que o anime consegue provocar as pessoas sobre quais são as suas convicções morais e éticas que regem suas vidas. Pelo conjunto da obra, Death Note, na minha opinião, tem nota 10.
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