quinta-feira, 21 de maio de 2020

Castlevania: Symphony of the Night




          Quatro anos depois do lançamento do Drácula X: Rondo of Blood, cujo jogo foi usado como base para o fraco Castlevania: Dracula X (ou Vampire’s Kiss), eis que no dia 20 de março de 1997, a Konami lança aquele que é considerado o melhor Castlevania de todos os tempos. Antes de falar do jogo, é preciso contextualizar o cenário em que ele foi lançado.



            Voltemos aos anos 1990, onde o desenvolvimento dos jogos em 3D estava em franca ascenção e logo seria uma tendência que vinha para se estabelecer, mudando todo e qualquer paradigma em termos de desenvolvimento de jogos. O PlayStation era o console mais poderoso do mercado e seria natural se toda e qualquer produtora desenvolvesse um jogo em 3D. No entanto, esse é um exemplo de que contrariar tendências pode ser uma boa estratégia para fazer sucesso, pois Koji Igarashi, o diretor de Symphony of the Night, era fã de jogos 2D e resolveu criar um Castlevania predominantemente em 2D – apesar de haver alguns elementos em 3D - e não só revolucionou a franquia como também lançou elementos que até hoje são usados na indústria de jogos. Dizem que excelentes jogos são como excelentes vinhos, pois quanto mais o tempo passa, melhores eles ficam. O jogo que trago para vocês é um exemplo disso. Senhoras e senhores, o melhor Castlevania de todos os tempos.




          Castlevania: Symphony of the Night é um jogo que revolucionou a franquia. Em primeiro lugar, é o primeiro Castlevania em que o protagonista não é um Belmont. Em segundo lugar, o conceito de exploração de “estágio-por-estágio” foi trocado por uma exploração que é típica de jogos de RPG, deixando de lado a linearidade do jogo. Além disso, o jogo conta com um sistema de Level Up e o jogador coletará uma grande quantidade de itens dos mais variados tipos que vão desde espadas até joias e dinheiro. Ademais, o jogo conta com uma enorme quantidade de monstros com características particulares e uma bela seleção de cenários e músicas que se encaixam perfeitamente. Por fim, o jogo apresenta apenas duas “fases”: o castelo normal e o castelo – literalmente – de cabeça para baixo.




           Vamos propriamente ao jogo. A história começa no final de Dracula X: Rondo of Blood em 1792 – que já tem uma postagem sobre ele aqui – onde Richter Belmont, o lendário caçador de vampiros, enfrentará Drácula na batalha final. Depois de uma épica batalha, Richter vence e o jogo acabou, certo? Absolutamente ERRADO! Na verdade, o jogo começa a partir daí, pois, quatro anos depois dos eventos de Rondo of Blood, Richter desaparece misteriosamente. Por um ano, Maria Renard realizou buscas por pistas que a levassem até o seu cunhado. Nesse período, a escuridão ressurge e o espírito de Shaft, o sacerdote das trevas que morrera pelas mãos de Richter em 1792, decide ressuscitar o conde. Em meio a esses eventos, Alucard – que lutara ao lado de Trevor Belmont contra seu pai em 1476 – despertou de seu sono profundo e decidiu ir até o castelo para impedir que Drácula ressuscitasse. Ao chegar ao castelo, ele encontra Maria e ao longo do tempo, ela explica que está procurando por Richter Belmont há um ano e havia a certeza de que ele estaria no castelo. Alucard se prontifica a ajudá-la. Ao longo do trajeto, Alucard encontra Richter, mas ele estranha o fato de um Belmont se autoproclamar senhor do castelo. Então, Richter ordena que seus servos – um Minotauro e um Lobisomem – destruam Alucard, mas eles são facilmente derrotados. Seguindo o caminho, Alucard entra em uma sala onde ele é levado ao mundo dos pesadelos. Lá, ele encontra a sua mãe, Lisa, no dia em que ela seria queimada em praça pública por ter sido acusada de bruxaria, pois ela era médica e como era em algum ano da década de 1470, a santa inquisição estava em seu auge e a igreja a acusou de bruxaria – Parentêse: indiretamente, isso levou Drácula a despejar toda a sua ira sobre a humanidade. Diante disso, Alucard se aproximou de Lisa e ao tentar salvá-la, ela se recusou e pediu para que ele odiasse os humanos. Alucard fica incrédulo, pois ela nunca disse tal coisa e que ela pediu para que ele não odiasse os humanos. Então, Alucard percebe que está sob feitiço e o quebra, revelando a verdadeira forma de Lisa. Na verdade, era uma Succubus que assumiu a forma de Lisa para corromper Alucard e fazer com que ele se voltasse contra os humanos. Os dois travam uma batalha e Alucard sai vitorioso, matando a Succubus.

       Ao seguir pelo castelo, ele reencontra Maria. Ele diz pra ela que encontrou Richter, mas ele estava agindo como inimigo e se autoproclamou senhor do castelo. Sem acreditar, Maria vai atrás de Richter e logo viu que Alucard estava falando a verdade. No abismo abaixo da Marble Gallery, os dois se encontram novamente, ela pede desculpas e entrega os Óculos Santificados (Holy Glasses) para que Alucard possa destruir o feitiço que está controlando Richter. Alucard parte para enfrentar Richter e logo ele percebe que uma esfera verde está flutuando sobre a cabeça dele. Alucard destrói a esfera e derrota Shaft. Entretanto, não havia mais nada a fazer. Drácula já havia sido ressuscitado. Com Richter livre do feitiço, Alucard pede para que ele e Maria saiam do castelo. Com isso, Alucard parte para o portal e acessa o castelo – literalmente – de cabeça para baixo. Na verdade, este castelo era a verdadeira criatura do caos. Depois de explorá-lo e coletar os cinco itens necessários, Alucard vai para a Marble Gallery invertida e consegue abrir a passagem para o abismo. Lá, ele reencontra Shaft e depois de um confronto, Alucard sai vencedor e Shaft disse que Drácula viria purificar o mundo com as chamas do caos. Então, o confronto final começa e depois de uma luta intensa, Alucard finalmente derrota Drácula, que pede ao seu filho para dizer quais tinham sido as últimas palavras de Lisa. Alucard diz que ela falou para não odiar os humanos e que ela o amará por toda a eternidade. Então, Drácula pede perdão a Lisa e se despede do filho. Alucard foge do castelo e encontra Richter e Maria. Ele diz que o sangue que corre em suas veias é amaldiçoado e que desaparecerá para sempre. Ele diz adeus aos dois e Richter pergunta a Maria se vai atrás dele, que responde que não pode deixá-lo desaparecer e parte atrás de seu amado.




MÚSICAS


         As músicas do Symphony of the Night foram compostas pela maravilhosa Michiru Yamane, que foi responsável por conceber uma verdadeira obra-prima em forma de música, pois cada música foi pensada para cada cenário presente no jogo. A trilha sonora contempla desde o Heavy Metal até a música clássica, tornando-a perfeita para o jogo. Quem ouvia a música Lost Paintings na capela invertida sabe do que estou falando.


PERSONAGENS




          Os personagens foram concebidos pela maravilhosa Ayami Kojima. Cada detalhe foi muito bem pensado para harmonizar com o ambiente gótico-renascentista do jogo.


CURIOSIDADES



            → O jogo possui cinco finais – sendo quatro de Alucard e um de Richter. Os finais de Alucard são dois bons e dois ruins.



 Finais Ruins – Acontecem apenas no primeiro castelo.


#1: Alucard – sem a Holy Glasses – derrota Richter Belmont e o castelo é destruído. Depois, Alucard aparece olhando as ruínas do castelo e começa a refletir sobre tudo o que aconteceu.
#2: Alucard – com a Holy Glasses – derrota Richter Belmont e o castelo é destruído. Depois, Alucard encontra Maria, que pergunta como está Richter e o vampiro pede desculpas e pergunta se a jornada dela havia acabado. Ela respondeu que a jornada só acabará quando descobrir o que levou Richter a ser amaldiçoado.


          Finais Bons – Acontecem dependendo do percentual de conclusão.



#1: Abaixo de 196% - Ao destruir Drácula e escapar do castelo, Alucard reencontra Richter e Maria e quando perguntado pela jovem sobre o que ele iria fazer a partir deste momento, ele diz que vai desaparecer porque o sangue que corre em suas veias é amaldiçoado. Então ele parte e ao ser questionada por Richter se vai atrás dele, ela diz que é melhor que seja assim e que tem a esperança de encontrá-lo novamente.

#2: Acima de 196% - Ao destruir Drácula e escapar do castelo, Alucard reencontra Richter e Maria e quando perguntado pela jovem sobre o que ele iria fazer a partir deste momento, ele diz que vai desaparecer porque o sangue que corre em suas veias é amaldiçoado. Então ele parte e ao ser questionada por Richter se vai atrás dele, ela diz que não pode deixá-lo desaparecer de sua vida. Richter diz que ela deve ir atrás dele, pois assim haveria uma chance de salvar a alma atormentada do jovem vampiro. Ela se despede de Richter e vai atrás de seu amado.

→ Quando o jogo foi lançado para o PlayStation, duas salas ficaram de fora do jogo, pois uma delas é acessada por meio de um glitch e quando consegue acessar, é apenas um save point. Dizem que o jogo foi lançado de maneira inacabada. Essa tese é reforçada quando foi lançada a versão de Sega Saturn, em 1998, e as fases – Undergound Garden e Cursed Prison – estão presentes. Ainda falando da versão do Sega Saturn, o jogador pode escolher entre Alucard, Richter e Maria para jogar desde o começo, ao contrário da versão do PlayStation, que é necessário finalizar o jogo para criar um novo save state com o nome RICHTER para jogar com o Belmont e não é possível jogar com Maria.

→ O jogo foi lançado em 2006 para Xbox 360 com uma nova dublagem e em 2018, foi lançada a versão para PlayStation 4 denominada Castlevania: Requiem.



OPINIÃO RETRODORGY


       Castlevania: Symphony of the Night é o jogo que me fez ir até a locadora todos os finais de semana para jogar – apesar de eu ter um Super Nintendo na época. Ele é um lindo exemplo de um conjunto harmonizado – cenários, músicas, personagens, contexto – elevando-o ao status de obra de arte. Posso dizer que o jogo conseguiu desafiar todas as tendências da época e com isso, cravou seu nome entre os melhores jogos de todos os tempos. Comigo, Castlevania: Symphony of the Night tem nota 10!!!!





FICHA TÉCNICA

Nome do Jogo: Castlevania: Symphony of the Night (Akumajo Dracula X: Gekka no Yasoukyoku, no Japão)

Desenvolvedora: Konami

Ano de Lançamento: PlayStation (1997), Saturn (1998)*, Xbox 360 (2006), PlayStation 4 (2018)

Lançamento: Mundial, exceto a versão do Saturn, que foi lançado apenas no Japão.

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