domingo, 14 de junho de 2020

Curiosidades Nostálgicas: Nintendo PlayStation? Sim, você leu certo.

Será que daria certo? Fonte: Imagem Pública/Internet



Quem acompanha a guerra entre as gigantes do mercado de games pensa que sempre foi assim. Entretanto, uma parceria que soaria improvável nos dias de hoje quase aconteceu de maneira efetiva lá no início dos anos 1990 e que o não acontecimento mudou para sempre este mercado tão amado e cada vez mais consumido ao ponto de – na minha visão – ter superado a indústria do cinema. Com vocês, contarei a história sobre como a Sony e a Nintendo trabalharam juntas no desenvolvimento de um upgrade para o Super Nintendo, mas que o racha entre elas acabou revolucionando e trazendo consequências que repercutem até os dias de hoje. Vamos à história.

Pois bem, a Sony dominava o mercado de eletrônicos no fim dos anos 1980 graças aos produtos que fizeram maior sucesso na época: Walkman, CDs entre outras. A princípio, a empresa japonesa poderia continuar seguindo o seu caminho sem sequer pensar em adentrar o mundo dos games, mas como sempre há alguém que enxerga além do que vê, Ken Kutaragi (guardem esse nome), que era engenheiro da empresa, resolveu trabalhar em um projeto secreto que resultou no processador de som SPC700, que viria a ser equipado no Super Nintendo, lançado em 1990. Isso resultou em uma parceira mais estreita entre a Sony e a Nintendo ao ponto de planejarem um projeto mais ambicioso que poderia consolidar ainda mais a Nintendo como líder no mercado de games e a Sony ampliar ainda mais o seu domínio no mercado de eletrônicos. Como a Sony tinha domínio sobre o Compact Disc, a Nintendo pediu a sua “parceira” que desenvolvesse um leitor de CD-Rom para ela, pois a Sega estava trabalhando no Sega CD para o Mega Drive e a empresa japonesa NEC já tinha seu videogame cuja mídia era o CD-ROM, o PC-Engine. Isso faria com que a Nintendo não perdesse terreno porque a tendência era de que os jogos de 16-Bits migrassem para o CD-Rom devido ao alto poder de leitura de dados que superava com muita facilidade o processamento do cartucho. 

Entretanto, a discórdia começou porque a Sony queria a sua posição de dona da tecnologia Super Disc, que foi criada como uma versão modificada do CD. Isso resultou no protótipo que aceitava os cartuchos de Super Nintendo e o leitor de CD’s. Todavia, a Nintendo sempre ficava com os direitos e o controle sobre o hardware e o software desenvolvidos, o que deixou a Sony p* da vida. Calma que ainda vai piorar, pois durante a CES (Consumer Electronics Show) em junho de 1991, a Sony mostrou o protótipo do PlayStation, que por sinal era bem esquisito porque tinha a entrada do cartucho e o leitor de CD. Tava tudo lindo, tranquilo e favorável, mas a Nintendo deu uma banana para a Sony ao romper a parceira em 1992 e fez uma parceria com a Philips, que já vinha tendo reuniões secretas pelas costas da Sony, para lançar o leitor de CD para o SNES. Foi aí que a Sony resolveu entrar no mercado de games (Aquela famosa frase “Pois não ia, mas agora eu vou!” caberia bem neste contexto) e no final de 1994, lançou o PlayStation, fazendo sucesso logo de saída e foi o primeiro console da história a ultrapassar 100 milhões de unidades vendidas e inaugurou de vez a era dos jogos com gráficos em 3D. Lembra quando eu pedi para guardar o nome Ken Kutaragi? E então, ele se tornou o presidente da Sony Computer Entertainment, responsável pelo setor de games da empresa, onde permaneceu no cargo até 2011.

O que aconteceu depois de todo esse “B.O”? A parceria da Nintendo com a Philips naufragou e continuou com o Super Nintendo até 1996 quando lançou o Nintendo 64, que nem fez cócegas no PlayStation, mas pelo menos conseguiu se reestabelecer como a segunda força no mercado, mas foi nos anos 2000 que a Big N teve que fazer uma abordagem diferente ao não bater de frente com Sony – além da Microsoft, com o Xbox – para recuperar a hegemonia no mercado de games e lançou o Wii, depois o Wii U e agora o Nintendo Switch. Apesar disso, a Nintendo sempre continuou forte nos consoles portáteis, que em breve terá uma postagem. Já a Sony revolucionou o mercado desde o lançamento do PlayStation e em 2000, lançou o PlayStation 2, que fez sucesso ao ponto de se tornar o console mais vendido da história até hoje, além de ter lançados os bem-sucedidos PlayStation 3 e PlayStation 4. Diante de tudo isso, posso dizer que tudo isso que aconteceu devido ao fato de a Sony e a Nintendo não terem conseguido chegar a um meio-termo para que os interesses de ambos pudessem ser atendidos, mas quem ganhou com tudo isso foram os consumidores, pois conhecemos um dos melhores videogames de todos os tempos e que conseguiu elevar o mercado ao nível mais alto. Além disso, a seu modo, cada um conseguiu -  e consegue -  ter sucesso em propiciar muitas horas de diversão para aqueles – me incluo – que amam jogos e videogames em geral. 

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